Os pais também importam!

Quem é que disse que não tens Leite?! – Subida (ou descida) de Leite

Para aquelas e aqueles que pouco creem na fisiologia feminina

Para aquelas que experienciam a crise “não tenho leite: ainda na maternidade” de forma intensa

Para aqueles que são movidos pela curiosidade

Quero falar-vos sobre a Subida (ou descida) de leite!

E, fez-se leite!

Ainda na Gravidez

Nesta altura, o corpo da mãe sabe que brevemente terá um bebé para proteger e alimentar. Razão pela qual, no terceiro trimestre, inicia a produção de colostro, ou como eu amo chamar, Creme de Ouro.

Devido à presença da placenta – a primeira casa do bebé – o corpo da mãe tem elevados níveis da hormona progesterona. A progesterona é “inimiga” da prolactina. Esta última é responsável pela produção de leite de transição e, posteriormente, do leite maduro. “Inimiga”, no sentido em que a progesterona inibe a prolactina.

O bebé nasceu!

E com o nascimento, a placenta deixa de ser necessária. É eliminada. Com ela, são eliminados também os altos níveis de progesterona. Sem a “inimiga” por perto, a prolactina pode fazer o que sabe de melhor: pôr a fábrica de leite ao rubro! Proporciona a chamada subida (ou descida) do leite que acontece pelo 2º ou 3º dia após o parto. Para além do aumento óbvio da produção de leite, existem outras mudanças características: na mãe, no bebé e no próprio leite.

Mudanças, quando não as há?

Na mãe

A circulação de sangue ao nível das mamas vai aumentar para que seja fornecida energia necessária às células responsáveis pela produção de leite. Juntando isto ao armazenamento de maiores volumes de leite, a mãe vai notar um aumento considerável no tamanho das mamas, vai senti-las cheias, quentes, a latejar e a pingar. O desconforto pode variar de mulher para mulher. Algumas descrevem-no como sendo mais intenso, outras de forma mais aligeirada.

É possível que a mãe possa ter febre, enquanto durar este processo da subida de leite.

No bebé

Já o bebé vai “acordar para a vida” e pedir mais vezes para mamar. O cocó, ou de forma mais finória, as dejeções também vão sofrer alterações.  Aquela pasta verde, escura, peganhenta, também conhecida por mecónio, dá origem, numa fase inicial, às fezes de transição (líquidas esverdeadas). Com o tempo, as fezes passam a ter características típicas do bebé amamentado (amareladas e líquidas).

Adeus colostro, olá leite de transição

O leite que até agora seria amarelado e cremoso, passa a ser mais líquido, esbranquiçado e em maior volume.

Uma última coisa antes de me calar!

A subida de  leite é um processo fisiológico em resposta ao nascimento do bebé. Acontece, ainda que, após o parto a mãe se ponha a beber umas margaritas de perna esticada sem pretensão nenhuma de amamentar. Por isso, para todos os que pouco creem na fisiologia feminina, para aquelas marcadas pelo medo de “não ter leite” imediatamente após o nascimento do bebé e para todos aqueles que aqui estão em nome da curiosidade, só tenho uma coisa a dizer:

A natureza é um máximo!

O que fui cuscar para este Pedaço!

  • Pincho, C.(2018). Amamentar, a escolha natural para o seu bebé. Lisboa: Livros Horizonte

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