Olá, olá! Que tal estão hoje? Espero que muito bem. Eu estou a mil porque hoje temos uma convidada especial. Talvez vos seja desconhecida. Ela nem sempre é mencionada mas tem um papel muito interessante no Movimento Pró Leite. Interessante como? Pois, vão descobrir! Apresento-vos a incrível e maravilhosa FIL!
Milene: Olá FIL! Bem vinda à série Mundo Mama. Agradeço-te imenso por teres vindo partilhar conosco o teu fantástico trabalho!
FIL: Olá Milene, olá leitores. Eu é que fico feliz por partilhar e ajudar-vos a conhecer um pouco melhor este mundo da lactação.
Milene: FIL, Posso confessar-te uma coisa?
FIL: Força.
Milene: Quando comecei esta viagem pelo mundo da amamentação não fazia ideia de que existias.
FIL: Estamos sempre a aprender.
Milene: Mas o que eu já sei é que o teu nome diz muito sobre o teu trabalho, não é verdade?
FIL: Sim. Normalmente chamam-me FIL que é uma sigla. Significa: feedback inhibitor of lactation.
Milene: O que significa feedback inhibitor of lactation? De que forma é que isso descreve o teu trabalho?
FIL: Então, o que eu faço é inibir a produção de leite.
Milene: Mas fazes parte do Movimento Pró Leite, certo?
FIL: Certo. Mas ao passo que a Prolactina e a Oxitocina trabalham na produção e oferta do leite, respetivamente, eu trato de gerir a produção de leite. Elas dizem que eu sou uma control freak, o que até faz algum sentido.
Milene: Control freak?
FIL: Sim, mas no sentido positivo. O meu trabalho é garantir que o leite é produzido na medida do necessário. Chega a um ponto que eu digo: Prolactina, podes parar por agora, já temos leite suficiente.
Milene: Que interessante!
FIL: Sou chamada pelas células produtoras de leite. Estou mais presente, quanto mais leite estiver “retido” nas mamas. É a minha presença que sinaliza a Prolactina que ela pode abrandar o seu trabalho. Sendo que ela trabalha na produção de leite, este deixa de ser produzido em tão grande escala. Quando o bebé mama, o leite abandona a mama. Eu deixo de estar tão presente. Essa minha ausência, avisa a Prolactina que é hora de dar o litro. Leite nunca falta mas, claro, dentro do que é necessário.
Milene: Já percebo a parte do Control freak (risos).
FIL: É que eu valorizo a organização. Suponhamos que a produção de leite fosse constante. Das duas uma: ou as mães estavam sempre a escorrer leite, ou não havia mama que aguentasse, rebentavam!
Milene: Sim, isso não seria agradável.
FIL: Há que adequar a produção à demanda. Quando o bebé mama, a engrenagem do Movimento Pró Leite dá o litro. Quando o bebé, por alguma razão, não bebe tanto leite, as coisas acalmam. A resposta que damos tem de ser em consonância com o bebé e com a fase que está a passar. Tudo tem um sentido. Tudo tem um equilíbrio. Tudo tem uma organização. Percebes?
Milene: Yup, perfeitamente. Oh, FIL, muito obrigada por este esclarecimento.
FIL: Ora essa!
E esta? Que incrível, uma boss babe que se dedica a adequar a resposta da produção de leite à demanda do bebé para que ele tenha o que precisa na medida em que precisa. Com ela não há exageros.
Já repararam na simbiose entre estas três Bosses Babes?
- A Prolactina que manda na produção de leite conforme a estimulação dos mamilos;
- A Oxicitocina que trata de oferecer o leite sempre que existe interação com o bebé ou pensamentos sobre ele;
- A FIL que garante que o leite exista dentro da medida perfeita.
Bem malta, dou por finalizada as entrevistas. Espero que estejam mais elucidados sobre o funcionamento das mamas, no que diz respeito às hormonas. Porque é este conhecimento que vos vai ajudar a rejeitar muitos dos “dizeres” e mitos que por aí passeiam.
Ok?
O meu fiel:
Comité de Lactancia Materna de la Associacion Espanola e Pediatria. (2004). Madrid: Ergon